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terça-feira, 29 de novembro de 2011

COMPORTAMENTO | Acidentes nas rodovias


   Nas estradas brasileiras, são frequentes as notícias sobre acidentes, mas quais as causas destas ocorrências? Ao contrário do que muita gente pensa, a má condição das pistas não é o principal fator para o alto número de acidentes, segundo uma pesquisa divulgada pelo Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento: o que mais contribui para este volume é o comportamento do condutor ao volante.
   Para chegar-se a esta constatação, foram analisados 533 trechos de rodovias brasileiras, tanto concedidas como públicas, baseando-se em dados de acidentes da Polícia Rodoviária Federal, dados das concessionárias e os números de VMD (Volume de Tráfegos) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte. O período verificado foi entre 2005 e 2009.  Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação, explica que as más condições da pista interferem na gravidade dos acidentes, mas não necessariamente no volume total; prova disso é a média de vítimas fatais (32,9% maior) em pistas em piores condições. Contudo, a redução não é grande em estradas em bom estado, em comparação com trechos ruins, se for levado em conta ocorrências com feridos, cuja diferença é pouco mais de 10%.
   Isso se deve, segundo o coordenador, ao fato de as vias estarem em melhores condições, em geral as concessionadas, oferecendo maior área de escape e faixas duplicadas. No entanto, nessas estradas há um grande volume de colisões traseiras e saídas de pista. “Isso prova que os motoristas brasileiros não sabem conviver com estradas em boas condições, ou seja, quando  deparam-se com uma rodovia em melhor estado, imprimem maior velocidade”, explicou.
   Outro dado, que levou os pesquisadores afirmarem que os acidentes são motivados em grande parte pelo comportamento do motorista, é a maior ocorrência aos finais de semana. Em 2009, aproximadamente 66% dos acidentes aconteceram em trechos urbanos com características rurais. 
   “O comportamento perigoso do condutor, frequentemente encorajado por consumo de álcool e outras drogas, leva a um aumento nas taxas de acidentes, bem como a um acréscimo nos acidentes com maior fatalidade”, afirmou Resende. Além disso, o pesquisador explicou que há uma grande incidência de acidentes em trechos urbanos rurais. Segundo ele, isso acontece porque há um mix de motoristas com características distintas, o acostumado com o tráfego nas rodovias e o habituado em trafegar só nas ruas das cidades, que utiliza trecho daquela via para chegar a sua casa.
   Na comparação entre os anos de 2005 e 2009, a pesquisa revelou que o número de colisões (batidas entre veículos) baixou de 41,55% do total de acidentes para 37.45%; os atropelamentos caíram de 5,04% para 3,74% e as capotagens diminuíram para 2,52%Porém, os abalroamentos (choques laterais) subiram de 12,12% para 22,34%. “Este aumento se deve ao maior volume de tráfego registrado nas rodovias brasileiras, o que fomenta esse tipo de colisão”, declarou.
Fonte: www.webtranspo.com.br
Texto de João Vidal

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